🎾 Minha Vida ao Som da MĂșsica: Do Sertanejo da Praia ao Peso do Metal e do Rock GaĂșcho

A mĂșsica sempre foi mais do que som na minha vida. Cada fase da minha histĂłria teve sua trilha sonora — Ă s vezes escolhida por mim, outras vezes imposta pelo ambiente.

12/5/20254 min read

Entre LPs arranhados, rådios estalando e shows inesquecíveis, construí minha identidade musical e minha paixão pelo rock, que permanece viva até hoje.

Anos 80 – A infñncia, o rock nacional e os primeiros sons internacionais

Minha infùncia nos anos 80 foi marcada por sertanejo romùntico e pagode, os estilos que a minha família mais ouvia. Lembro da praia, do rådio portåtil tocando Pensa em Mim, do Leandro & Leonardo, e dos discos do Raça Negra, com Cigana e outros hits que tocavam em todo churrasco ou reunião familiar.

Foi atravĂ©s da minha mĂŁe que o rock nacional entrou na minha vida. Ela adorava LegiĂŁo Urbana — discos como “Dois” e As Quatro EstaçÔes — e tambĂ©m ouvia Guilherme Arantes (Um Dia, Um Adeus) e Roupa Nova (Volta Pra Mim).

Um disco que marcou muito minha infĂąncia foi o Show Rock, um compilado dos anos 80 que reunia bandas como Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, LobĂŁo, JoĂŁo Penca e Seus Miquinhos Amestrados e Camisa de VĂȘnus. E foi nesse LP que conheci “Silvia”, cantada ao vivo pelo Camisa de VĂȘnus: Marcelo Nova grita “Oh, Silvia!” e o pĂșblico responde “Piranha!”, entre outros palavrĂ”es. Para uma criança de 10 ou 12 anos, aquilo era o mĂĄximo. A irreverĂȘncia, o palavrĂŁo, a energia do pĂșblico
 tudo era diversĂŁo pura e uma verdadeira descoberta musical. Bem coisa de anos 80.

Outros clåssicos do rock nacional dessa época incluem:

  • “Casa” – Lulu Santos

  • “Agora Eu Sei” – Zero com Paulo Ricardo

  • “Noite e Dia” – LobĂŁo

  • “Dias de Luta” – Ira!

  • “Timidez” – BiquĂ­ni CavadĂŁo

  • “Esse Outro Mundo” – HerĂłis da ResistĂȘncia

  • “LĂĄgrima de Crocodilo” – JoĂŁo Penca e Seus Miquinhos Amestrados

No cenário internacional, algumas bandas dos anos 80 que comecei a ouvir — ou a valorizar mais tarde — incluem:

  • INXS – pop rock cheio de energia e groove;

  • Tears For Fears – melodias sofisticadas, letras inteligentes e sintetizadores marcantes;

  • Guns N’ Roses – solo de Slash em November Rain Ă© simplesmente inesquecĂ­vel, uma verdadeira aula de guitarra.

Esses sons mostravam que, mesmo com meu gosto voltado para o rock mais pesado, eu podia apreciar técnica, melodia e inovação, seja em riffs suaves, vocais potentes ou solos espetaculares.

Anos 90 – AdolescĂȘncia, metal e o auge do rock pesado

Nos anos 90, minha veia musical se consolidou com o rock mais pesado , e foi quando realmente mergulhei em bandas que surgiram nos anos 80, mas que para mim se tornaram marcantes nessa década:

  • Metallica – ĂĄlbuns clĂĄssicos como 
And Justice for All, Ride the Lightning (Fade to Black) e Master of Puppets;

  • Megadeth – riffs e vocais agressivos. Meu primeiro contato foi com o ĂĄlbum Youthanasia

  • Iron Maiden – referĂȘncia absoluta, com Bruce Dickinson como vocalista; primeiro contato com o ĂĄlbum Fear of the Dark.

  • Sepultura – Max Cavalera no auge da energia e intensidade; Album Chaos A.D. marcante.

  • Raimundos – irreverĂȘncia e deboche com Rodolfo no vocal.

  • Ozzy Osbourne – No More Tears se tornou um dos discos mais icĂŽnicos do “PrĂ­ncipe das Trevas”, com Zakk Wylde inspirado e um som que moldou os anos 90.

TambĂ©m acompanhei a carreira solo de Bruce Dickinson, que lançou ĂĄlbuns nos anos 90 e teve grande sucesso com “Tears of the Dragon”, mostrando um lado introspectivo, mas ainda potente.

Paralelamente, surgiam bandas que definiram o grunge e o rock alternativo dos anos 90, que também passaram a fazer parte do meu repertório:

  • Nirvana – energia crua e letras impactantes;

  • Stone Temple Pilots – riffs marcantes e vocais intensos.

  • Pearl Jam – rock alternativo com letras fortes e presença Ășnica de Eddie Vedder;

  • Green Day – punk rock energĂ©tico e cheio de atitude;

  • Faith No More – experimental, versĂĄtil, misturando estilos de forma Ășnica.

  • The Offspring – punk rock contagiante, com destaque para o ĂĄlbum Smash, que marcou Ă©poca e embalou minha vida adulta.

O rock pesado se tornou parte da minha identidade, mas sem perder o respeito e a admiração por bandas mais experimentais(ao menos na época).

Anos 2000 – Vida adulta, novas paixĂ”es e som contemporĂąneo

Nos anos 2000, meu gosto musical continuou evoluindo, incorporando novas sonoridades e bandas contemporĂąneas:

  • Audioslave – riffs marcantes, vocal poderoso de Chris Cornell, som visceral e emocionante;

  • System of a Down – experimental, intenso, cheio de energia e criatividade.

  • The Strokes - Indie rock, com sensação de garage rock.

Essas bandas mostraram que, mesmo adulto, a mĂșsica continuava sendo parte da minha identidade, sempre com espaço para riffs pesados, vocais incrĂ­veis e inovação sonora. Mantive a paixĂŁo pelo metal, mas tambĂ©m passei a apreciar um rock mais variado, equilibrando nostalgia com maturidade.

O Rock GaĂșcho – A veia sulista que pulsa forte

Crescendo no Sul, nĂŁo dava para ignorar o rock gaĂșcho, que tem identidade prĂłpria e uma força impressionante. Algumas das bandas que mais marcaram:

  • TNT – pioneiros, misturando punk, pop e rock;

  • Cascavelletes – irreverĂȘncia e provocação;

  • Ultramen – guitarras pesadas e energia crua;

  • Tequila Baby – atitude e presença;

  • Os Replicantes – letras crĂ­ticas e humor;

  • Engenheiros do Hawaii – criatividade e letras inteligentes;

  • Nenhum de NĂłs – sensibilidade e melodias emocionantes.

O Rock GaĂșcho combinava rebeldia, autenticidade e criatividade, dialogando diretamente com minha adolescĂȘncia e reforçando minha identidade musical. Foi uma extensĂŁo natural daquilo que eu jĂĄ amava no rock nacional e no metal, mostrando que o talento local podia competir de igual para igual com o que vinha de fora.

ConclusĂŁo – MĂșsica, identidade e paixĂŁo

Entre sertanejo, pagode, rock nacional, metal, grunge, rock gaĂșcho e todas as bandas e vocalistas que marcaram minha vida, a mĂșsica sempre foi mais do que trilha sonora. Foi formação, diversĂŁo, rebeldia, descoberta e paixĂŁo. Deixo como mençÔes honrosas grandes bandas que eu tambĂ©m gosto muito como Queen, Led Zeppelin, Van Halen, The Police, R.E.M., Red Hot Chili Peppers, Rage Against the Machine, Bad Religion e Scorpions.

Hoje, quando ouço qualquer riff de guitarra, bateria potente ou vocal rasgando a alma — seja Bruce Dickinson, James Hetfield ou Chris Cornell — lembro da minha histĂłria, das minhas memĂłrias e das minhas fases. Tudo isso fez de mim quem sou: alguĂ©m que vive e respira rock, com orgulho e com amor pela mĂșsica que atravessa geraçÔes.