A Minha Vida nos Videogames — Uma História Que Eu Carrego na Pele

Hoje aposentado dos consoles, guardo com carinho uma fase da minha vida.

TELA - GAMES NOSTALGIA

12/5/20255 min read

A Minha Vida nos Videogames — Uma História Que Eu Carrego na Pele

Durante muitos anos, videogame não foi apenas uma forma de diversão pra mim.
Foi uma fase da vida, uma companhia diária, um refúgio, um hobby que moldou minha criatividade e até influenciou minha relação com tecnologia. E por isso, quando decidi abrir um espaço no Tela e Ação para falar sobre games, fez todo sentido começar contando como tudo começou, como evoluiu e como terminou — ou melhor, se transformou.

1. As Origens: Quando tudo era mágico em 4 Bits

Minha história começa lá atrás, na época do Atari 2600 e do Apple Vision — consoles de 4 bits, extremamente simples comparados ao que viria depois, mas gigantes na imaginação da gente. Eram jogos diretos, quase primitivos, mas eram incríveis para quem estava vivendo aquilo em tempo real.

2. Os 8 Bits: O nascimento do encanto

Depois veio a revolução:
Nintendo (NES) e Master System — os consoles que realmente solidificaram a cultura gamer no Brasil. Aí sim a jogabilidade ganhou forma, os personagens ficaram mais marcantes, e os mundos começaram a crescer. Lembro de achar incrível o Master System ter um botão de pause.

Foi aqui que eu percebi que jogar não era só apertar botões.
Era entrar em um universo.

3. A Era dos 16 Bits: A rivalidade que marcou uma geração

Super Nintendo e Mega Drive elevaram tudo de nível: gráficos, som, histórias e principalmente a rivalidade.
Todos naquela época tinham um lado.

E não existia neutralidade: ou era Mario ou Sonic. Ou era Nintendo ou era SEGA.

Essa rivalidade moldou conversas, amizades e brigas de recreio. E eu vivi isso intensamente. Eu tive um Super Nintendo, e joguei Mega Drive na casa de amigos. O SNES era superior, sem querer criar polêmicas.

4. Os 32 Bits: A revolução 3D e a chegada do PlayStation

Quando o mundo entrou na era dos 32 bits, com PlayStation 1, Sega Saturn e 3DO, tudo mudou.
Os jogos viraram cinema, com trilhas, CGs, histórias profundas e mundos cada vez mais grandes.

O PlayStation 1 marcou demais minha vida. Tive este console umas 3 vezes eu acho. Trocava por outros consoles por causa de games específicos, mas depois voltava pra ele.

5. A Transição para 64 Bits: Um salto que nem todo mundo aguentou

A geração 64 bits tinha o Nintendo 64 como estrela e também o Atari Jaguar, que tentou entrar na disputa.

GoldenEye 007 virou febre.
Mas pra mim, virou outra coisa: tontura, náusea e suador frio.

Foi nessa época que descobri a tal cinetose, um desconforto causado por movimentos bruscos de câmera em primeira pessoa. Tanto que, no GoldenEye:

– Eu conseguia jogar a primeira fase.
– Quando o James Bond pulava do bungee jump, eu desligava o videogame porque não conseguia seguir adiante.

E é por isso que Medal of Honor, outro hit gigante da época, praticamente passou batido por mim — eu simplesmente não conseguia jogar.

Na minha visão, foi nesta geração onde a Nintendo começou a perder o mercado de consoles de mesa, pela insistência nos cartuchos em detrimento à tendência mundial de apostar no CD como mídia, como o PlayStation fez.

6. A Geração 128 Bits: Os tempos de ouro

PlayStation 2, Dreamcast e GameCube representaram uma era brilhante. Destes, tive o PS2 e o Dreamcast.
E foi nesta geração que vivi alguns dos meus melhores momentos como jogador. Nessa época, o Léo era pequeninho ainda. Ele ficava do meu lado enquanto eu jogava, e eu dava pra ele um controle de PS2 desconectado.
E ele achava que estava jogando junto comigo. É uma das memórias mais puras e bonitas que carrego dos games. Tadinho!! Mas ficava feliz e isso era o que importava. Hoje ele cresceu, é estudando universitário e faz estágio. O tempo passa.

7. A Geração 360: A última respiração do meu ritmo gamer

A geração seguinte, que muitos chamam de “HD era”, trouxe o PlayStation 3 e o Xbox 360. Tive o PS3.

E aqui tem uma curiosidade: o Xbox 360 foi o último console cujo nome ainda fazia referência à geração — uma despedida da era em que os bits e as nomenclaturas guiavam expectativas.

Meu PlayStation 3 era desbloqueado, com um HD externo cheio de jogos.
Quem viveu isso, viveu.

Mas aí começou a febre dos jogos online. Fiquei alguns anos com o PS3 jogando offline apenas. Sabia que se conectasse à PSN daria "ban", referindo à banimento da rede da Sony. E eu, já meio desgostoso, resolvi “arriscar”. Joguei online mesmo sabendo do risco. Deu certo 1 dia. 2, 3....

E adivinha?

Fui banido da PSN.

Quando vi a mensagem, pensei:
"Bom… acho que chegou a hora de parar."

E parei mesmo. Deixei os guris jogarem. "Passei de fase".

Tenho dois filhos. O Guilherme de 25 anos e o Leonardo de 20. Ambos jogam PS5 ativamente. O Gui é casado, e assim como eu fazia, chega do trabalho e vai jogar, na casa dele. O Leo ainda aqui comigo, chega da aula à noite e vai para o quarto dele jogar no PS5 PRO, igual ao do irmão.

8. O Hoje: Eu Ainda Olho, Eu Ainda Jogo… Mas de Outro Jeito

Hoje eu entro no quarto do Léo, e vejo ele jogando Fortnite, e não consigo assistir 30 segundos sem ficar tonto.
Mas quando ele joga FIFA (ou FC 25), jogos de plataforma, Gran Turismo ou Fórmula 1, aí eu fico ali do lado, curtindo e lembrando da minha época.

Falando em FIFA/FC 25, o Leo hoje é um jogador muito talentoso. Joga online nas ligas mais difíceis e é bem ranqueado. Também recém encerrou participação no campeonato estadual de FC 25, ficando em 3º lugar. É grana no bolso.

Eu não jogo como antes — e tudo bem.
Eu vivi o auge.
Eu vivi a evolução.
Eu vivi a magia.

Hoje me limito a alguns jogos no smartphone, e está bom assim.

9. A Tatuagem: A Prova de Que Tudo Isso Foi Importante

Anos depois de praticamente parar de jogar, fiz uma tatuagem no tríceps:
os quatro botões do PlayStation — X, O, ▢ e △ — surgindo de dentro de uma placa de circuito que conectada na minha pele.

Eu não tatuei quando estava no auge.
Tatuei depois, quando percebi que — mesmo sem jogar — os games

continuavam fazendo parte de mim.

A tatuagem simboliza tudo que vivi, tudo que me marcou e tudo que os

videogames representaram para a minha vida.

Não é sobre jogar. É sobre quem eu me tornei.

Encerramento

E é assim que começa a jornada do Tela e Ação no mundo dos games:
com história, memória, verdade e paixão.

A partir daqui, vou trazer análises, curiosidades, listas, comparativos de gerações, consoles marcantes, rivalidades históricas e tudo que fez esse universo ser tão especial.

Mas antes de falar de games… eu precisava falar da minha relação com eles.