Banshee - Crítica completa

Uma análise aprofundada de Banshee, a série explosiva e visceral que mistura ação brutal, drama carregado de tensão e personagens marcantes. Uma obra que continua relevante, intensa e viciante.

TELA

12/3/20253 min read

Crítica Completa — Banshee, o caos perfeito

Onde assistir: HBO Max
4 temporadas
Lançamento: 2013

Banshee é o tipo de série que não pede permissão: ela chega, arromba a porta e te joga numa avalanche de tensão e violência estilizada que define exatamente seu DNA. Criada por Jonathan Tropper e David Schickler, e produzida por ninguém menos que Alan Ball (Six Feet Under, True Blood), ela construiu uma base de fãs leais graças ao seu ritmo acelerado, ao clima de faroeste moderno e a um protagonista tão misterioso quanto magnético.

Um protagonista sem nome — literalmente

O personagem principal, vivido por Antony Starr (anos antes de explodir como Homelander em The Boys), é um ex-presidiário que assume a identidade de um xerife morto para tentar reconstruir a própria vida — e, principalmente, reencontrar seu grande amor e parceira no crime, Carrie Hopewell (Ivana Milicevic).
Ele não tem nome. Não precisa. A série transforma esse mistério em força, e Starr entrega uma atuação brutal, silenciosa e cheia de camadas.

Um mosaico de personagens memoráveis

O charme de Banshee é que nada ali é raso. Cada núcleo tem personalidade própria, e mesmo os coadjuvantes brilham como protagonistas de mini-histórias paralelas.

Carrie Hopewell / Anastasia (Ivana Miličević)
Carrie é o elo emocional mais forte entre passado e presente. Dividida entre sua nova vida como mãe e esposa e o passado criminoso ligado a Hood e ao temido chefe da máfia ucraniana Mr. Rabbit, ela é uma personagem em constante colisão interna. Ivana Miličević entrega uma performance madura, dolorosa e física — Carrie é vulnerável e ao mesmo tempo mortal, e sua jornada é uma das colunas dramáticas da série.

Job (Hoon Lee)
Um dos personagens mais marcantes de Banshee, Job é hacker, disfarce ambulante e alívio cômico de humor ácido — mas também é coração, lealdade e dor. Hoon Lee transforma o personagem em uma presença eletrizante, que rouba a cena sempre que entra em quadro. Sua relação de irmandade com Hood é um dos pontos mais humanos da série.

Rebecca Bowman (Lili Simmons)
O arco de Rebecca é um dos mais intensos e impactantes da série. Criada em uma comunidade amish rígida e repressora, ela se transforma aos poucos em uma figura cada vez mais perigosa, sedutora e imprevisível. Lili Simmons entrega uma atuação magnética, combinando inocência quebrada com ambição explosiva. Rebecca se torna uma peça-chave no submundo de Banshee — e uma fonte constante de tensão dramática.

Siobhan Kelly (Trieste Kelly Dunn)
Siobhan é uma das poucas figuras genuinamente corretas da cidade — o que, em Banshee, significa estar constantemente em risco. Forte, ética e determinada, ela traz um contraponto emocional ao caos de Hood. Sua trajetória se torna uma das mais marcantes da primeira fase da série.

Kai Proctor (Ulrich Thomsen)
Proctor é o vilão mais fascinante de Banshee. Um ex-amish que se tornou o principal chefão do crime na região, ele é frio, calculista, elegante e profundamente traumatizado. Ulrich Thomsen constrói um antagonista complexo, que nunca é totalmente monstruoso, mas sempre perturbador.

Sugar Bates (Frankie Faison)
Dono do bar onde Hood se refugia, Sugar funciona como consciência, conselheiro e, às vezes, parceiro. Frankie Faison dá ao personagem uma presença paternal e cheia de humanidade, crucial para equilibrar a brutalidade da série.

Cada personagem tem um arco próprio, e a série nunca perde tempo: tudo é movimento.

Porradaria coreografada de forma absurda

Banshee ficou famosa por suas cenas de luta. E com razão: poucas séries de TV entregaram combates tão físicos, doloridos e realistas.
As brigas parecem pesadas, com cortes profundos, ossos, suor, lama — e zero glamour. É violência coreografada com inteligência e propósito narrativo.

Narrativa direta, mas nunca simplória

A série tem uma proposta objetiva: contar uma história de vingança, amor, identidade e sobrevivência. E faz isso com consistência impressionante.
Sempre há algo acontecendo:
✔ conflitos de gangues
✔ tensões familiares
✔ segredos revelados
✔ jogos de poder
✔ dilemas morais

A série não enrola o espectador — e isso é ouro em tempos de roteiros esticados artificialmente.

Conexão com o conceito Tela e Ação

Se existe uma série que representa literalmente o nome Tela & Ação, é Banshee.
Ela entrega ação de verdade, daquelas que parecem saltar pela tela, com energia, impacto e adrenalina. É exatamente o tipo de obra que traduz o espírito do projeto: conteúdo visualmente intenso, narrativamente direto e emocionalmente envolvente.

Opinião pessoal

Banshee é daquelas séries que te pega pelo colarinho. Eu gosto de séries intensas, com presença, com personagens fortes — e aqui isso é regra, não exceção. Antony Starr está monstruoso. A atmosfera de cidade pequena com cheiro de pólvora funciona demais, e a estética “neo-western criminal” é viciante.

É uma série que entrega o que promete: ação, tensão e personagens memoráveis. Não tenta ser mais do que a sua proposta, mas dentro do que se propõe, executa com maestria.

Nota Final

8 / 10 — Ótima