Review - Suzuki Bandit 650N 2008
A “Bandida” que me introduziu às motos grandes
AÇÃO - REVIEW NOSTALGIA
12/3/20255 min read


Potência, presença e personalidade — a Bandit 650N 2008 fechou um capítulo na era das carburadas e abriu minha relação com as motos maiores.
A Suzuki Bandit 650N 2008 foi a minha primeira grande moto — a que me apresentou, de verdade, ao universo das 600 cilindradas. Eu tinha uma preta, carburada, e logo a apelidei de Bandida — um nome que muita gente usa, porque “Bandit / Bandida” é associação natural entre donos. A minha, personalizada de ponta a ponta no preto, com protetor de tanque e adesivos do Darth Vader, era a personificação do meu gosto: agressiva, elegante e inconfundível.
O motor da Bandit, conhecido entre os proprietários como um “tanque de guerra”, era robusto, confiável e generoso no torque. Para quem gosta de levar a moto ao limite, sempre houve aquele desafio: motor impossível de “moer”, mesmo para aqueles heróis em que nada dura nas mãos deles — um prazer e, ao mesmo tempo, um teste de respeito à mecânica.
História e evolução da Bandit
A família Bandit tem longa história — começou com modelos menores, e no Brasil com a 600, e depois evoluiu para as versões 650 a partir dos meados dos anos 2000. A linha GSF650 (Bandit 650) foi apresentada como evolução da 600, recebendo melhorias em motor e ciclística. Globalmente, a Bandit 650 teve importantes atualizações entre 2005 e anos seguintes, com mudança para motor refrigerado a água e, depois, adoção de injeção eletrônica nas gerações seguintes. Também fazia parte da família, a Bandit com motores mais "brutos", inicialmente Bandit 1200 e depois 1250. Tinham torque brutal, que em muitos casos forçavam os proprietários a trocar o pneu traseiro de forma prematura, tamanho o torque. Toda família tinha também a versão S - semi-carenada que favorecia na estrada.
No Brasil, a família 650 inclui modelos carburados vendidos até 2008; as Bandit com sistema de alimentação por injeção passaram a ser padrão nos anos seguintes (modelos 2009+), marcando o fim da era “carburada” para essa geração.
Minha Bandit 650N 2008 — personalidade, pilotagem e presença
A minha Bandit 650N era preta, totalmente personalizada — do escapamento ao protetor de tanque — e ostentava adesivos do Darth Vader(sim, sou super fã de Star Wars assim como do DV). Essa identidade visual foi parte do que tornou a moto tão minha: um símbolo de fase, de atitude e de pertencimento. A brincadeira cresceu a ponto de eu me apresentar como “o único dono de uma Suzuki Bandit Darth Vader Edition”. Depois de eu vender a Bandida, guardei um dos adesivos — ele mora na minha geladeira até hoje. O resto da personalização foi junto com a moto. Aqui a foto desse adesivo; é uma memória física daquela fase.
Pilotar a Bandit era experiência sensorial: o ronco carburado, a entrega de torque linear e a sensação de progresso a cada troca de marcha. Em movimento, a moto era bastante dócil — uma surpresa positiva para muita gente — mas no momento de manobra em baixa velocidade ou para estacionar, seu peso se manifestava de verdade.
Importante para o leitor: eu tenho 1,85 m e sempre consegui apoiar bem os pés no chão; porém, pilotos de estatura mais baixa (por exemplo, abaixo de 1,70 m) podem sentir dificuldade para manobrar e apoiar a moto, porque o peso e a largura a tornam exigente em situações de manobrar ou estacionar.
O caráter “tanque de guerra” da Bandit também significa robustez: ela aceita viagens longas com conforto, suporta uso intenso e tem ciclística estável para estrada — tudo isso sem perder a capacidade de ser divertida na cidade.
Como era pilotar a Bandit 650N — sensações e comportamento
Motor e entrega: motor de quatro cilindros com torque bem preenchido; acelerações progressivas e retomadas seguras.
Ciclística: muito estável em velocidade, confortável em viagem; comportamento previsível e seguro em curvas.
Conforto: banco largo e posição de pilotagem neutra — muito boa para longas distâncias.
Consumo: aceitável para a categoria carburada (depende do ritmo, aro, carga e ajuste do carburador).
Som: ronco marcante das carburadas — aquele timbre que muitos sentem falta nas injetadas modernas.
Pontos fortes e pontos a considerar
Pontos fortes
Robustez e confiabilidade do conjunto motor / câmbio.
Conforto e ciclística invejáveis para uma naked de média cilindrada.
Identidade sonora e estética (no meu caso, reforçada pela personalização).
Capacidade para viagens e uso urbano intenso.
Pontos a considerar
Peso em manobras: exige cuidado para pilotos de estatura mais baixa.
Carburador exige regulagens periódicas (comparado à injeção).
Consumo e emissões piores que as versões injetadas mais modernas.
Legado e posição de mercado
A Bandit sempre foi vista como uma alternativa mais acessível que modelos como a Honda Hornet ou a Yamaha XJ6, oferecendo desempenho e comportamento equivalentes em muitas situações por um preço mais competitivo. Por isso ela foi e continua sendo escolha de quem quer “uma 600” sem pagar a grife das concorrentes mais valorizadas. Ela foi, e para muitos segue sendo, uma opção excelente — explosiva e divertida — dentro do segmento.
Ficha técnica — Suzuki Bandit 650N 2008 (carburada)
Motor: 4 cilindros em linha, 656 cm³, DOHC, 16 válvulas, arrefecimento líquido — carburador (versão 2008).
Potência: ~86 cv a 10.500 rpm (valor referencial conforme catálogo).
Torque: ~6,3 kgfm a 9.000 rpm (valor referencial).
Câmbio: 6 marchas
Alimentação: Carburador (último ano antes da transição para injeção eletrônica)
Partida: Elétrica
Transmissão final: Corrente
Suspensão dianteira: Garfo telescópico
Suspensão traseira: Monoamortecida com ajuste de pré-carga
Freios: Duplo disco dianteiro / disco traseiro
Pneus: 120/70–17 (dianteiro) / 160/60–17 (traseiro)
Tanque: ~19 L
Peso: ~204–205 kg (ordem de marcha / seco conforme fonte)
Velocidade máxima (aprox.): 210–220 km/h
Consumo médio (aprox.): 15–20 km/l (depende do ritmo e regulagem)
(Referências técnicas: registros da família GSF650 / Bandit e catálogos de época.).
Conclusão — por que a Bandit 650N 2008 entrou pra minha história
A Bandit 650N 2008 foi mais do que uma moto grande para mim: foi uma passagem de fase. A “Bandida” combinou potência, conforto e presença — e a personalização Darth Vader a tornou única. É uma moto que se lembra com saudade — principalmente pelo ronco carburado e pela sensação de robustez. Desempenho superior a XJ6, e um pouco abaixo da Hornet, mas com mecânica e durabilidade superior(e muito) a estas duas. É claro, todo esse carinho não quer dizer que é a melhor moto do mercado. Nem mesmo da categoria. Carburada, sem ABS , indicador de marchas ou computador de bordo. Mas sim, um exemplar digno das 600, que chama atenção nas ruas, até os dias de hoje.
Ela representou o fim de uma era (as carburadas) e deixou legado entre quem gosta de pilotar — seja para viajar, seja para curtir a rua. Para o Tela e Ação, entra aqui como um capítulo essencial: uma moto que marcou a vida do autor e marcou também o espírito de quem viveu a transição entre carburador e injeção. Se você busca iniciar nas motos de maior cilindrada e não sabe se vale a pena neste final de 2025, vá sem medo. Como se diz aqui no Sul: "uma baita moto".


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